Vestindo Autoestima

Eu não uso os sete estilos universais

Eu sou consultora de estilo desde 2014 e desde o começo da minha carreira nessa área eu não uso os sete estilos universais quando estou atendendo as minhas clientes, e eu vou te explicar porque.

Podemos começar pelo fato de que essa teoria foi criada entre as décadas de 1980 e 1990, pelas consultoras de imagem e estilo Alyce Parsons (que desenvolveu o sistema PASS – Proportion Analysis / Style Selection) e Mimi Dorsey.

Esse sistema resultou em um compilado de características e padrões que refletiam os interesses de consumo dos indivíduos daquela época, e que foram divididos em 7 grupos, chamados de “os sete estilos universais”.

Os sete estilos universais são: clássico / tradicional, criativo, elegante, esportivo / natural, moderno / dramático, romântico e sexy.

sete estilos universais

Eu já falei sobre a teoria e expliquei cada um dos sete estilos universais aqui.

Porque eu não uso os sete estilos universais

Desde 2014, quando eu me formei em consultoria de estilo, eu trabalho com o conceito de prioridade de alma e prioridade de vida, porque era a metodologia que fazia mais sentido pra mim na época, por não colocar ninguém em caixinhas, como é o propósito dos sete estilos universais.

Outro motivo que me faz não trabalhar com os sete estilos universais é que o estudo feito na década de 80 pelas consultoras de estilo americanas só considerou a realidade das mulheres americanas (sendo a maioria de classes mais altas) e é resultado do comportamento de consumo daquela época.

Eu nasci em 1981 e já mudei MUITO de lá pra cá, assim como o mundo também mudou nesse período, e considerar que esses “estilos universais” (que nem deveria ser chamado assim, já que só fala do estilo das mulheres americanas) continuam sendo universais – e atuais!

Mesmo não concordando com a metodologia, é importante dizer que naquela época as coisas pareciam mesmo universais e definitivas. A maioria das pessoas tinha a mesma visão das coisas, já que na época não existia internet para mostrar como as coisas eram diferentes em outros lugares e de acordo com outras culturas.

Além disso, o conceito dos sete estilos universais ajudou muito o trabalho das consultoras de estilo no início da profissão, e vários outros conceitos foram criados baseados nele – inclusive o conceito de prioridade de alma e prioridade de vida, que eu uso no meu trabalho.

O que me incomoda de verdade (e quem me segue lá no instagram sabe!) é o fato de as consultoras de estilo hoje em dia ainda usarem essa ferramenta sem considerar que a moda é um reflexo da cultura de um povo e da época em que vivemos – o que deveria fazer com que a gente adaptasse esse conceito para o Brasil de 2023, que é MUITO diferente dos Estados Unidos da década de 1980.

Também já falei aqui que você não precisa ser elegante, e que dá pra ser elegante sem salto alto, que são coisas que a maioria das consultoras de estilo continuam colocando como regra nos dias atuais (porque consideram que se está escrito na teoria dos sete estilos universais, não deve ser questionado!).

Essas imagens são do texto que eu escrevi aqui sobre ser elegante como a Michelle Obama, mostrando justamente que ela consegue ser vista como uma mulher elegante mesmo “quebrando regras da elegância” e incorporando elementos de outros estilos, saindo da caixinha.

Conclusão

Espero que eu tenha conseguido explicar a minha opinião e porque eu não uso os sete estilos universais. O conceito dos sete estilos universais não é muito ruim, mas está desatualizado – e a culpa não é das pesquisadoras da época!

Toda teoria precisa ser revalidada de tempos em tempos e em cada lugar que é aplicada, e não seria diferente justamente com a moda, que muda tanto o tempo todo, no mundo todo.

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