Vestindo Autoestima

GYKA: a marca da GKAY

Na semana passada aconteceu o lançamento da GYKA Clothing, a marca da GKAY (a influenciadora brasileira Gessika Kayane), e eu separei aqui o que eu acho de mais legal e o lado negativo disso.

A marca da Gkay é uma coisa boa ou ruim?

Desde que aconteceu o desfile de lançamento da GYKA, a marca da GKAY, não se fala de outra coisa na internet – por pessoas de moda ou não. E isso também mostra os dois lados desse assunto.

A GKAY não é a primeira influenciadora a lançar uma marca de moda, e esse movimento não é novidade aqui no Brasil e nem no resto do mundo. Pra usar como exemplo, vale citar aqui marcas como a SKIMS da Kim Kardashian e a Jade² da Jade Picon.

Nessa imagem dá pra ver que a ideia da SKIMS é falar para todas as mulheres: A marca, que foi criada em 2019, tem nove tons de shapewear / lingerie / underwear e uma grade de tamanhos que começa no XXS e vai até o XXXXXL!

No ano passado eu falei da SKIMS nesse post aqui, sobre as marcas que já fizeram uniforme para os atletas nas olimpíadas, porque ela desenhou e forneceu as peças (lingerie, roupão e pijama) para a seleção dos EUA na olimpíada de Tóquio!

Aliás, o ponto alto do desfile da marca da GKAY foi a representatividade, que teve mais que mulheres com tamanhos e corpos diferentes, com direito de look para a Pequena Lo, que é cadeirante (e desfilou na sua moto elétrica), e fez a gente lembrar do quanto as pessoas com deficiência são esquecidas na moda.

Outro ponto alto do desfile foi Rafael Uccman, que é drag queen, desfilando de biquíni e uma saída de praia no tule estampado (que é tendência em 2022) numa vibe bem Angel, da Victoria’s Secrets, que você pode ver nesse vídeo abaixo:

Uma das críticas mais feitas na internet foi sobre o desfile da marca da Gkay não parecer com um “desfile de moda” – provavelmente por levar para as passarelas pessoas que não são da área de moda e não fazem desfiles profissionalmente.

O principal tecido usado na produção das roupas da marca da Gkay foi o tule estampado, e as cores destaques da coleção são o rosa e o laranja, as cores que são tendência na moda 2022. Isso mostra que tem alguém por trás que sabe o que já foi mostrado nos desfiles de moda dos EUA e Europa, mas sem mostrar nenhum diferencial ou sem valorizar as raízes brasileiras, como grandes marcas de estilistas fazem.

No meu ponto de vista, como espectadora e consumidora, eu achei interessante ver corpos diferentes se movimentando na passarela de forma espontânea. O que me incomoda (tanto na marca da GKAY, quanto na marca de outras influenciadoras no mundo todo) é o fato de essas marcas terem mais divulgação e visibilidade que marcas de estilistas, que estudam moda e vivem de moda.

Além desse ponto, vale dizer que moda é uma profissão, e quando pessoas sem estudo “criam moda” só por terem dinheiro e influência, a gente desvaloriza o trabalho que é desenvolver uma coleção numa marca pequena e autoral, especialmente no Brasil.

Também teve gente falando que o preço das peças não era acessível, o que não é verdade. Tem muitas peças com preço de lojas de departamento – o que não significa que seja barato, já que em 2022 tudo está muito caro…

Em resumo, eu acho desnecessária a criação de mais uma marca, especialmente por alguém que não entende de moda, só pra fortalecer o nome da pessoa como influenciadora. Acho que o ideal seria fazer uma collab com alguma marca ou loja de departamento, como também já acontece no mundo todo.

Nesse texto aqui eu falo sobre como ser um consumidor consciente, porque só existe oferta quando existe demanda! Não consumir coisas erradas (produtos e informações) é o nosso dever!

Essa é a minha opinião, inclusive para outros assuntos. Basta de influenciadoras de alimentação saudável sem formação em nutrição, influenciadoras de exercícios físicos sem formação em educação física, e influenciadoras de moda sem formação em moda. Vamos dar voz a quem sabe o que fala!

 

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