Quando tem um evento do tipo “Red Carpet”, as marcas, estilistas e designers costumam procurar as famosas e oferecerem vestidos, jóias e sapatos para elas usarem durante o evento porque sabem que todos os holofotes, câmeras e olhares do mundo todo estarão voltados para aquele momento, e é uma ótima forma de divulgação e publicidade.
É comum você ler em revistas e artigos na internet coisas do tipo “Angelina Jolie, de vestido Dolce & Gabbana blá blá blá” e isso faz com que a marca seja reconhecida e procurada. É o mesmo que acontece com as blogueiras e marcas menores, mas numa escala mundial.
Geralmente elas devolvem essas peças depois do evento, e as mais famosas sempre têm mais opções e podem escolher o que querem usar, enquanto as mais novatas precisam que o personal stylist delas (ou produtor) vá até as marcas para pedir esse “patrocínio”.
Até aí, tudo bem. Acredito que isso não seja novidade pra ninguém. Mas ontem à noite eu li uma matéria falando sobre por que a modelo Ashley Graham não foi ao MET Gala 2016, e resolvi fazer esse texto assim como escrevi no Superela sobre porque apenas um estilista se interessou em vestir a Leslie Jones para a première do filme “Caça Fantasmas”, onde ela era uma das atrizes principais, era famosa, e nenhum estilista a procurou oferecendo suas roupas.
O caso da Leslie Jones
Na época, Leslie Jones procurou alguns estilistas e depois de ouvir vários “Nãos”, desabafou no twitter sobre o assunto e o Christian Siriano, que ganhou a quarta temporada do “Project Runway”, um programa que descobre e lança novos estilistas, se oferecesse para fazer um vestido especialmente pra ela. E ela arrasou com a ajuda dele, como você pode ver.
Por que a Ashley Graham não foi ao Met Gala 2016
Também em 2016 (mais conhecido como ano passado), a modelo Ashley Graham passou pela mesma situação.
Apesar de ter as medidas maiores que as medidas da maioria das modelos (considerada plus size), a Ashley Graham é uma das top models mais populares do mundo, e já fez campanhas importantes no mundo todo e está na capa de várias revistas.
E ao contrário da Leslie Jones, ainda tem o privilégio de ser branca, o que facilitaria ainda mais as coisas pra ela do que para a Leslie Jones, já que Hollywood e a moda ainda precisam evoluir muito no quesito representatividade, preconceito e padrões.
Mas, ao contrário de Leslie Jones, ela se calou e simplesmente não foi ao Met Gala, só tendo desabafado esse ano, quando vários estilistas a procuraram tentando “consertar o problema” do ano passado. E então no Met Gala 2017 ela foi vestida de H&M lindíssima:
Eu vivo falando por aqui que meu trabalho como consultora de estilo fala mais de pessoas que de roupas. E eu espero, em breve, não precisar falar sobre isso por aqui, e ver todo mundo conseguindo comprar roupas para os seus tamanhos sem dificuldades, e que a moda entenda que a minoria das mulheres é dentro do padrão (36/38).
Quem veste tamanhos maiores merece ter opções, assim como quem veste tamanhos menores (32/34 – chamado petite), que em breve vai aparecer um texto sobre isso por aqui.