Vestindo Autoestima

Tem que manter as suas prioridades pra não se fantasiar

Esses dias eu falei lá no instagram que eu tive uma tentativa muito frustrada de parecer sexy assim que me divorciei, em 2011, porque na época, como eu não tinha muito repertório, eu recorri ao senso comum, aos looks que todo mundo reconhece como sendo sexy (vestido preto justo, roupas curtas e decotadas), mas me sentia fantasiada ao invés de sexy.

Não funcionou pra mim e não funciona pra ninguém, mas eu só entendi que tem que manter as suas prioridades pra não se fantasiar depois que virei consultora de estilo, em 2014, e é isso que eu vou explicar aqui hoje.

Você tem que manter as suas prioridades pra não se fantasiar

Quando eu falo que tem que manter as suas prioridades pra não se fantasiar, o que eu quero dizer é que na hora de se vestir a gente não pode abrir mão do que é mais importante pra gente (as chamadas prioridades de alma e de vida) pra conseguir passar uma mensagem – a gente tem que incluir essa mensagem nas nossas prioridades!

Então, se você quer se sentir sexy em uma situação específica (como numa balada, por exemplo), mas na hora de se vestir as suas prioridades são conforto e criatividade, ao invés de usar um vestidinho preto (que é a “fantasia de sexy” no senso comum), você vai usar uma roupa que te faça se sentir sexy sem que você deixe de se sentir confortável e criativa. Estilo é um jeito de mostrar a nossa essência!

prioridade sutileza - estilo romântico

No exemplo que eu dei lá no meu instagram eu explico um pouco essa ideia, usando o mesmo desejo de imagem (sensualidade) e as minhas prioridades (conforto e criatividade), mas trouxe o assunto pra cá pra desenvolver melhor.

Dá pra ver que o look é confortável e criativo e ainda assim eu me senti sexy? Talvez alguém se sinta criativa e confortável num vestidinho preto, porque o conceito de criatividade varia de pessoa pra pessoa, mas não é o meu caso, e por isso não funcionaria e eu estaria fantasiada de sexy.

Já que as minhas prioridades são conforto (prioridade de alma) e criatividade / decoração (prioridade de vida), são dessas prioridades que eu não posso abrir mão na hora de me vestir, independente da situação ou da mensagem que quero transmitir – ou vou estar me vestindo de algo que eu não sou, ou seja, uma fantasia. Entende?

A consultoria de estilo é sobre juntar prioridades

Sempre que eu vou explicar pra alguém o que é a consultoria de estilo, eu falo que é o processo de entender quais são as prioridades de cada cliente, e juntar elas em looks. A ideia é você olhar no espelho e se reconhecer, é reconhecer as suas prioridades ali, na forma como você está vestida.

E foi assim que eu descobri que me vestir com um vestido preto justo, curto e decotado não funcionava pra mim, porque eu ia me sentir apenas sexy, e não sexy, confortável e criativa – como me senti nesse look com a calça jeans roxa, a camisa azul e o tênis branco. Entende? E é por isso que aquele look que a sua amiga ou a blogueira usaram num evento ou na mesma situação pode não funcionar pra você.

Com essa cliente da consultoria de estilo presencial aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, o objetivo era ela deixar o visual feminino dela mais forte, já que tudo que é feminino é muito associado ao delicado no ambiente de trabalho – ainda hoje! A ideia aqui era ela continuar se sentindo feminina, mas sem aquele estereótipo de menininha, sabe?

Essa outra cliente tinha um estilo mais sexy, e era importante que ela se sentisse assim mesmo no ambiente de trabalho – e dá pra ser sexy no trabalho sim, como eu falei nesse outro texto. Nessas duas fotos, usamos o cinto por cima do blazer pra marcar a cintura e deixar as curvas mais acentuadas, um truque de estilo que funciona pra ela se sentir sexy e obedecer ao dress code ao mesmo tempo.

Vale lembrar que além de possível se sentir sexy no trabalho, existem vários níveis de sensualidade, e esse é o dela, assim como eu estava me sentindo sexy na foto que eu postei aqui em cima. Consultoria de estilo é sobre a gente sentir o que é importante pra gente e não sobre vestir o que as pessoas querem ver! E é exatamente isso que eu quero dizer quando falo que tem que manter as suas prioridades pra não se fantasiar!

O que é não se fantasiar?

Não se fantasiar é ir além dos estereótipos e do senso comum, e também sobre não copiar um look que faz sentido pra outra pessoa achando que é uma garantia de que vai funcionar pra você também. Consegue ver que é muito mais sobre entender os seus rótulos (que são as sensações / mensagens das suas prioridades) e transformar eles em looks dentro da sua realidade?

Nessa foto, eu mostro a Rihanna e a Olivia Palermo usando saia jeans com camisa jeans e o meu look inspirado no delas. Consegue ver que é a mesma base, mas são 3 estilos diferentes? Se eu usasse exatamente igual à elas, eu ia me sentir fantasiada delas, porque não é quem eu sou, já que eu não uso boné e nem salto alto.

Eu não me fantasiei, e sim me inspirei num look que me agradou, usando peças que eu já tenho em casa e que fazem sentido pra mim. É importante perceber que pode ser estiloso pra elas, combinar com ela, mas comigo não.

Nesse outro texto aqui eu falo sobre as roupas que a gente acha bonita, mas que ficam paradas no guarda-roupas por um monte de motivos, mas o principal é não corresponder a expectativa que a gente tinha ao comprar, como eu me sentia fantasiada de sexy e não sexy lá em 2011, quando me divorciei e comprei o que era considerado sexy no senso comum e não conseguia usar (ou usava e não gostava), antes de descobrir o meu sexy). Entende?

Tudo que é diferente do que eu sou, é uma fantasia, e a ideia é trabalhar o autoconhecimento, entender as suas prioridades e não se fantasiar.

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