Já tinha MUITO tempo que eu não acompanhava um Big Brother Brasil, e com aquela polêmica toda com o Lucas e logo em seguida com a Karol Conka eu acabei acompanhando mais do que eu imaginava que fosse acontecer.
Mas, como a minha cabeça não descansa nem quando estou em momentos de lazer, eu comecei a produzir conteúdos lá no instagram sobre o visual da Karol Conka, e hoje resolvi falar aqui sobre a autoestima da Juliette Freire.
A xenofobia contra a Juliette
No começo do programa ela chegou chamar os “brothers” pra conversar e tentou dizer que se sentia excluída na casa, e que percebia alguns deles imitando e ridicularizando seu sotaque nordestino. E ficou claro pra quem está aqui fora, assistindo à tudo, que Juliette estava sofrendo xenofobia.
Um dos momentos que mais incomodou as pessoas aqui fora e que mais rendeu comentários na internet foi essa fala da Karol Conká: “Lá na terra dessa pessoa é normal falar assim. Eu sou de Curitiba que é uma cidade muito reservadinha. Por mais que eu seja artista e rode o mundo, tenho os meus costumes, eu tenho muita educação para falar, não falo pegando nas pessoas “, fazendo referência a Juliette, que é da Paraíba.
E apesar de não ser a intenção desse texto (e do meu site em geral), vale a pena dizer que Durval Muniz de Albuquerque Júnior, professor e autor do livro “A invenção do nordeste e outras artes” disse para o UOL que esse caso é mais sobre preconceito do que xenofobia:
“Eu falaria mais em preconceito do que xenofobia. Ridicularizar o sotaque do outro tem a ver com o preconceito porque o sotaque é uma das marcas identitárias mais difíceis de alguém omitir. À medida que você fala, você pode ser identificado por sua origem e se alguém considera que essa forma de falar te inferioriza, e isso te leva a ser ridicularizado, isso, evidentemente, caracteriza um preconceito.”
Durval Muniz também explicou um pouco sobre o por que os nordestinos sofrem tanto preconceito:
“O nordestino está associado à ocupação de posições inferiores no mercado de trabalho, está associado à pobreza, à miséria e com todo imaginário em torno da seca e do retirante. E claro, também está associado, inclusive, à indigência do ponto de vista intelectual, como, por exemplo, aquele que usa mal a língua portuguesa, que fala errado”.
A autoestima da Juliette do BBB
Eu resolvi falar da autoestima da Juliette por que sempre falo sobre a importância da liberdade de ser quem a gente é, e apesar de ter ouvido coisas que a magoaram, ela teve forças para se manter fiel a quem ela é e conquistou o respeito das pessoas lá dentro da casa e aqui fora.
Algumas coisas que os brothers falaram poderiam ter arruinado a autoestima da Juliette lá dentro, e muitas de nós ouvimos coisas em algum momento da vida também:
- “Se você não mudar, ninguém vai te amar”.
- “Se você não fizer o que espero de você, vou me afastar”.
- “Se você não se comportar, não terá outra chance”.
A Juliette ganhou a minha torcida não quando foi desrespeitada, mas quando mostrou autoestima e confiança pra mostrar (pra ela mesma e pra gente) que não está errada em ser quem ela é, exatamente como ela é – independente de as outras pessoas gostarem ou não!
Eu falei uma vez lá no instagram sobre o quanto a gente pode afetar negativamente a autoestima de alguém simplesmente por essa pessoa ser diferente da gente, e falei também sobre autoimagem, autoconfiança e autoaceitação, e a diferença entre esses 4 conceitos e como eles se influenciam entre si.
Vale lembrar que nem sempre a gente vai ter uma rede de apoio como a Juliette está tendo agora aqui fora, protegendo ela das maldades lá de dentro (e fazendo justiça por ela), e que cada uma de nós em algum momento vai precisar se defender sozinha. E eu desejo força pra gente nesse momento, como a Juliette teve e está tendo!