Eu vivo falando aqui sobre a mensagem que as nossas roupas passam, mas apesar de falar sempre para as minhas clientes na consultoria de estilo, nunca falei aqui diretamente que a mensagem da sua roupa é pra você e não pro outro, e achei importante falar.
Roupa é comunicação não verbal
Você já deve ter tentado falar sobre alguma coisa com alguém (seja uma ideia, um sentimento ou uma opinião) e apesar de vocês estarem falando a mesma língua e usando palavras que ambas conheciam, essa pessoa não ter te entendido ou interpretar tudo que você falou de forma errada.
Isso acontece porque muito além dos símbolos (nesse caso as palavras), somos pessoas diferentes, e apesar de saber o significado de cada palavra, na hora de interpretar o que foi dito, outros fatores são utilizados – como crenças e a personalidade da pessoa ouvinte.
Com a roupa acontece a mesma coisa: a gente pode ter a intenção de comunicar uma mensagem, e essa mensagem não ser interpretada da forma como a gente gostaria.
Um dos exemplos mais comuns é o famoso “sexy sem ser vulgar”, que é uma expressão usada pra falar de looks como os da imagem acima, que tem um apelo sensual “no limite” – sem considerar que esse limite é individual, ou seja, mesmo que a pessoa que esteja usando o look ache que não está vulgar, alguém pode achar que está, porque o limite dela para a sensualidade é diferente. Vale a pena ler esse texto aqui que eu falo sobre porque a gente não deveria mais usar o termo “sexy sem ser vulgar”.
O mesmo pode acontecer com um look com a mensagem elegante, criativa, moderna, etc., e por isso eu reforço o tempo inteiro para as minhas clientes que a mensagem da sua roupa é pra você, e não para o outro, já que não controlamos o que vem do outro!
A imagem pessoal importa
Vivemos em uma sociedade, e uma das formas que a gente se comunica em sociedade é através das roupas que usamos. Por isso a nossa imagem pessoal importa e também é por isso que a minha profissão existe: para te ajudar a ter uma imagem pessoal coerente com a mensagem que você quer transmitir no mundo.
Mas, como a gente faz pra comunicar uma mensagem sem saber se a outra pessoa vai entender essa mensagem do jeito que a gente gostaria? Trabalhando na única peça do jogo que a gente pode controlar: na mensagem que a gente quer ver!
O que a sociedade espera x o que você quer
Uma das maiores dificuldades na hora de escolher uma roupa é decidir se vai se vestir de acordo com o que a sociedade espera que você vista / se pareça ou se vai usar o que você quer. Podemos usar o mesmo exemplo do “sexy sem ser vulgar” aqui.
Muitas mulheres gostam de se verem sexy numa roupa, mas sabem que a sociedade julga quem se veste de forma chamativa, e por isso, acabam evitando esse tipo de roupa, ou diminuindo o impacto com peças menos sensuais, pra caber no que é esperado pra ela naquela situação.
Mas, se mesmo num look “sexy sem ser vulgar” você pode ser considerada vulgar, porque você deveria sacrificar a forma de se vestir sem a certeza de que a mensagem vai chegar do jeito que você gostaria? A resposta é: Você não deveria sacrificar a forma como gostaria de se vestir, mas precisa estar consciente e segura de que é a melhor forma de transmitir a mensagem que você quer passar naquela situação, porque é essa segurança (que vem da técnica e da autoestima) que vai fazer você “sustentar” qualquer look!
O mesmo acontece com a mensagem de elegância usando só cores neutras e peças mais clássicas, que para algumas pessoas, pode parecer careta. Nesse caso, a solução está em buscar a sua elegância, que também pode não ser a elegância esperada pelas outras pessoas.
O meu trabalho na consultoria de estilo é mostrar que dá pra fazer as duas coisas ao mesmo tempo, sem abrir mão de nenhuma demanda da vida, te dando opções e repertório pra você identificar que elementos passam a sua mensagem, e não uma mensagem genérica – que é o contrário de imagem pessoal!
A opinião do outro importa
Como vivemos em sociedade, a opinião do outro importa sim. Para uns importa mais, para outros importa menos. Tem situações e eventos que a gente vai ficar mais preocupado que em outros, e a minha dica aqui é, de novo, se sentir seguro que está fazendo o seu melhor pra passar a mensagem desejada – especialmente nessas situações onde a opinião do outro pode te prejudicar de alguma forma (como no ambiente de trabalho).
Mas, se a gente não pode garantir que a opinião do outro seja a que a gente quer que seja, o que a gente precisa é ter ferramentas que te ajudem a passar a mensagem que te deixe o mais segura possível de que é o jeito certo – porque é o seu jeito de passar a mensagem, e é assim que deve ser!