Vestindo Autoestima

And just like that precisava acontecer?

Eu, assim como todas as fãs de Sex and the City (da época que lançou, não agora em 2024, de volta à Netflix rs), estava ansiosa para a estreia de “And just like that”, e confesso que depois de assistir ao primeiro episódio, eu queria que eles não tivessem feito essa produção – mas logo passou!

And just like that precisava acontecer sim, e apesar de ter respondido à pergunta, pode continuar lendo o texto, que eu juro que não vai ter spoiler!!

O que mudou de Sex and the City para o “And just like that”?

A maior mudança (e mais triste, óbvio) é a ausência da personagem Samantha, interpretada pela atriz Kim Cattrall, que não aceitou participar da produção. Mas, ao longo dos episódios entram outros personagens muito interessantes e com mais diversidade, justamente para corrigir o fato de a série só ter como protagonistas 4 atrizes brancas, ricas, com corpos padrão, cis e hétero.

And Just Like That

A mudança no comportamento de Carrie (Sarah Jessica Parker), Miranda (Cynthia Nixon) e Charlotte (Kristin Davis), que agora estão na casa dos 50 anos, também impacta bastante (positivamente, claro!) e mostra o que aconteceu na vida de cada uma delas e o que elas aprenderam nesse período (incluindo a pandemia) desde a última temporada, em 2014.

Mas, a mudança que eu vou abordar principalmente nesse texto é o estilo delas aos 50 anos e como elas lidam hoje com o consumismo, já que estamos numa realidade bem diferente de quando a série começou, em 1998, e por eu ser consultora de estilo também!

Como é o estilo das personagens em “And just like that”?

Já no primeiro episódio de “And just like that” notamos a primeira diferença no estilo das personagens, já que nos anos 90 não se falava muito em moda sustentável – que eu apoio e incentivo.

De acordo com a plataforma Thred Up, um terço dos consumidores nessa faixa etária consome itens em segunda mão, o dobro de como era há quatro anos.

Vamos notar essa diferença especialmente nos looks da Miranda, que aparece com acessórios e peças de roupas em segunda mão com mais freqüência, provavelmente comprados em um brechó no Brooklyn, onde ela mora.

A Charlotte também aparece usando peças de segunda mão, mas compra vestidos (iguais) pra ela e para as filhas da coleção atual do Oscar de La Renta, para um evento importante.

E a Carrie Bradshaw, que desde 1998 é um ícone de estilo, continua chamando a atenção com os seus looks – também misturando peças de segunda mão com peças de estilistas famosos. Foi ela que me fez desejar uma saia de tule, mesmo morando no calor do Rio de Janeiro, e de vez em quando eu posto meus looks lá no meu instagram!

Os icônicos sapatos Manolo Blahnik (que Carrie usou para casar com Mr. Big em Sex and the City), justamente na cena mais triste do primeiro episódio – e talvez de toda a produção.

Aliás, eu tenho acompanhado a movimentação dessa nova geração de adolescentes e jovens adultas vendo Sex and the City pela primeira vez e morro de rir ao ver o quanto o Big é odiado por elas – enquanto era amado na minha geração! E apesar de eu ser #teamBig, acho isso um avanço!

O etarismo em And just like that

Um dos assuntos mais importantes que a gente vê sendo abordado em “And just like that” é o etarismo, mostrando para as mulheres da faixa etária das personagens (todas na casa dos 50 anos) que envelhecer de forma saudável e gostar da sua imagem pessoal depois de envelhecer é possível.

Exatos 23 anos se passaram desde a estréia de Sex and the City e, com o tempo, veio o envelhecimento das personagens, e abordar o etarismo é muito importante, já que na sociedade machista patriarcal que vivemos, as mulheres são cobradas o tempo todo para parecerem bonitas – e a beleza está quase sempre associada à juventude.

Já no primeiro episódio os cabelos grisalhos da Miranda viram assunto durante o almoço das amigas, e o fato de ela assumir os fios brancos e gostar da sua imagem assim vai ajudar muitas mulheres a também assumirem os seus cabelos grisalhos – assim como as suas rugas e outras marcas de expressão, que são conhecidas como “marcas do tempo” exatamente por aparecerem na nossa pele com o avançar da idade.

Eu já falei aqui no site sobre o cabelo grisalho de cada cartela de coloração pessoal, e de acordo com a teoria e a minha experiência desde 2014, eu acho que a Miranda tem uma cartela fria! rs

Se você está vendo Sex and the City pela primeira vez agora, veja And just like that, vale muito a pena!

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