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As cores do movimento sufragista

Esse ano (2022) comemoramos 90 anos do sufrágio feminino, que é o nosso direito ao voto e como é ano de eleições, vou falar das cores do movimento sufragista e mostrar mais uma vez que moda também é sobre política!

Mas, antes de falar das cores do movimento sufragista, eu vou fazer uma pequena introdução ao assunto, tá? Juro que a história é legal e vale a pena conhecer!

O que foi o movimento sufragista?

A organização do movimento sufragista começou em 1870, na Inglaterra. O objetivo das chamadas sufragistas era reivindicar a participação ativa das mulheres na política, principalmente o direito de votarem e de serem votadas.

Liderada por Emmeline Pankhurst (1858-1929), a organização de sufragistas União Social e Política das Mulheres (Women’s Social and Political Union, conhecida pela sigla WSPU), fundada em 1903, usou táticas militantes para chamar a atenção do público para a sua causa, realizando comícios e discursos.

A escolha das cores do movimento sufragista aconteceu para que as mulheres pudessem reconhecer outras mulheres do movimento, já que elas eram perseguidas e presas por conta da militância.

As cores do movimento sufragista

O roxo, verde e branco foram utilizados pela primeira vez como as cores representativas das sufragistas no chamado Domingo das Mulheres, em Junho de 1908, como forma de trazer unidade visual à manifestação em Londres, no Hyde Park.

A responsável pela escolha das cores do movimento sufragista foi Emmeline Pethick-Lawrance, sufragista, tesoureira da WSPU e fundadora da publicação Votes For Women. Ela explicou a escolha das cores do movimento: “o roxo significa o sangue real que corre nas veias de cada sufragista … branco significa pureza na vida privada e pública … verde é a cor da esperança e o emblema da Primavera”

Cartaz a favor do movimento sufragista

Segundo Eva Heller, em A Psicologia das Cores:

“Era necessário que fossem três cores, pois desde a Revolução Francesa as flâmulas tricolores simbolizavam todos os movimentos libertários. E principalmente: era preciso que fossem cores que tivessem no armário de toda mulher, que não exigissem aquisições dispendiosas. Precisavam ser cores que funcionassem no dia a dia, e no entanto que fossem inequivocamente cores do movimento feminista, que pudessem ser reconhecidas como tal – e esse efeito não pode ser obtido com uma cor apenas.

Toda mulher tinha em seu armário uma blusa branca e uma saia comprida de fibra de algodão branca, com rendas e nervuras. Ou então uma saia violeta – cor muito popular na virada do século, especialmente na indumentária de inverno. A cor verde sempre fez parte da indumentária de todos os dias. Durante as manifestações, foram usadas também largas faixas nas cores violeta, branco e verde, que iam desde o ombro até a cintura.

Hoje em dia, pode parecer  ridículo o fato de que um movimento feminista tenha se identificado pela vestimenta, mas, naquele momento, foi o que havia de mais adequado: era a melhor maneira de demonstrar publicamente como eram muitas as mulheres – e não poucos os homens – que apoiavam o movimento”.

Definir as cores do movimento sufragista acabou sendo também muito útil para captação de recursos e publicidade, já que foram produzidas mercadorias de todos os tipos (Broches e crachás, roupas, sapatos, artigos domésticos, incluindo porcelanas, toalhas de mesa, confeitaria e bolos de aniversário e até lingerie) nas cores  roxo, verde e branco.

Também nessa época as sufragistas tentavam se distanciar da caricatura que faziam delas nos jornais (que as chamavam de solteironas mal vestidas, e que aquelas mulheres desejavam ser masculinizadas, uma vez que votar era direito exclusivo deles) e encorajavam as mulheres a se vestirem com feminilidade e estilo. A utilização de um padrão de cores foi mais uma forma de influenciar as pessoas, e os trajes delicados, tecidos leves e tons claros se tornaram formas de contestar e protestar também através da moda.

As cores do movimento sufragista são símbolos do direito ao voto até hoje

Com o passar do tempo, elas foram parando de usar o branco por já não desejarem se associar ao conceito de pureza, que é um valor muito machista, e hoje em dia, as manifestações pelos direitos civis das mulheres no mundo todo são nas cores verde e roxo.

Ainda assim, o branco ainda é uma cor que representa a força feminina na política. Nesse texto aqui, que eu falo sobre o terno branco da Kamala Harris (vice-presidente dos EUA), também tem um pouco da história desse movimento nos EUA.

O uso do verde e do roxo continuam nas manifestações feministas atuais, e foram as cores que as argentinas escolheram pela campanha pela legalização do aborto, em 2020.

Em janeiro de 2021, Hillary Clinton, Kamala Harris e Jill Biden usaram roupas na cor roxa na posse do Biden, reforçando a ideia de que é a cor mais importante das 3 cores do movimento sufragista.

Já escolheu o look das eleições 2022?

Eu fiz um post aqui indicando lojas para comprar camisetas para o look das eleições 2022, mas lá no instagram muitas pessoas relataram sentir medo de usar vermelho no dia 02 de outubro.

Eu confesso que também tenho medo do comportamento dos bolsonaristas, e se não for a minha camiseta vermelha, eu vou usar roxo para homenagear e agradecer as mulheres que lutaram para que a gente pudesse votar!

Segundo os dados de 2018 do TSE, em 2022 as mulheres serão 53% do eleitorado, e o número de mulheres que votam nulo ou branco é 2 vezes maior que o de homens! Vamos mudar isso?

 

 

 

 

 

 

 

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Priscila Citera

Apaixonada por pessoas e por moda, resolvi unir a Psicologia e 12 anos de experiência em recursos humanos com a formação em Consultoria de Estilo pela Oficina de Estilo, e desde 2014 ajudo mulheres e homens desse mundão todo a transformarem personalidade em looks e roupas em representação da personalidade, sem que eles precisem gastar muito!