No começo do mês passado eu ouvi dizer que o prefeito Eduardo Paes tinha criado o Conselho de moda do Rio de Janeiro (Decreto nº 52.816, publicado em 3/7), que é o órgão que vai estimular e criar meios para desenvolver ainda mais a moda carioca e orientar as políticas públicas e ações direcionadas ao setor.
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o setor têxtil brasileiro emprega 1,3 milhão de pessoas, 60% delas mulheres, e bateu R$ 190 bilhões de faturamento em 2021.
A moda carioca é um patrimônio nacional, e a moda influencia a vida cultural, social e econômica, e a criação do conselho municipal de moda é uma notícia muito positiva para a cidade maravilhosa.
O Conselho de Moda do Rio de Janeiro
A Prefeitura do Rio criou o Conselho de Moda do Rio de Janeiro (Conselho Municipal de Moda) para incentivar e desenvolver o setor, e como consultora de estilo e moradora do Rio de Janeiro, eu fiquei muito feliz com a notícia.
O estudo “Economia da Moda Carioca” mostra como esse mercado é fundamental para a economia da cidade. No Rio, há 5,7 mil empresas – desse total, 82,8% são microempresas, 5,9% são pequenas empresas, além de 1,2% de grande porte, que atuam no comércio (88%) e na indústria (12%).
São Cristóvão é o bairro com mais confecções de moda no Rio, com 10,9% do total, enquanto a Barra é o local com mais comércio, (14,6% do total). O setor da moda no Rio emprega 90,6 mil trabalhadores.
– O Rio sempre foi um dos líderes do mercado de moda no país e de grande destaque no cenário mundial ao longo da história. Nunca deixou de ditar moda e nunca vai deixar de estar na moda. Mas, nos últimos tempos, esse setor tão importante para a nossa cultura, turismo e economia foi relegado a segundo plano. E o que desejamos com o conselho é resgatar essa tradição com toda a sua grandeza, estimular seu crescimento e devolver a valorização que merece – explicou o prefeito Eduardo Paes.
Eu já falei aqui que moda também é sobre política, e um dos motivos é porque política é sobre pessoas, assim como a moda (e o meu trabalho).
Quem fará parte do conselho de moda do Rio de Janeiro?
O Conselho de moda do Rio de Janeiro será formado por representantes da Prefeitura e de outros órgãos públicos, como a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e da Fecomércio, além de oito nomes cariocas referências na indústria da moda. Entre eles, o estilista carioca, Carlos Tufvesson, que será o presidente do conselho. Além de estilista, ele também já empreendeu na moda, e é um nome muito importante!
“Minha função não será discutir cores nem tendências; isso é pessoal de cada grife. Cabe ao poder público debater políticas e elaborar ações que estimulem o crescimento interno, que levem a maiores empregabilidade e receita e a um crescimento sustentável, especialmente para as pequenas e médias empresas”, completou Tufvesson.
Lenny Niemeyer, Alessa Migani (Alessa), Isabela Capeto, Marcello Bastos (Grupo Soma), Rony Meisler (Grupo AR&CO), Marta Macedo (Martu), Oskar Metsavaht (Osklen) e Thomaz Azulay (The Paradise) são os oito representantes de marcas cariocas que compõem o time do Conselho de Moda do Rio de Janeiro.
Parte do público questionou a falta de pessoas negras como conselheiras no conselho de moda do Rio de Janeiro, e queria deixar aqui também a expectativa de que essa iniciativa seja ainda mais completa e inclusiva.
Atribuições do conselho de moda do Rio de Janeiro
No site da prefeitura do Rio diz que entre as atribuições do Conselho de Moda Carioca está organizar o calendário de eventos e fazer campanhas para promover o setor de varejo e também o de confecção.
A ideia é estimular os empreendedores a investirem na moda, um setor que atualmente conta com cerca de seis mil empresas, emprega mais de 90 mil trabalhadores e arrecada mais de R$ 300 milhões de ICMS, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação do Rio.
Entre os planos, também está a criação de políticas públicas para potencializar trabalhos e marcas ainda não consolidadas. A proposta pretende apoiar criadores independentes que têm ganhado destaque na cidade, como trabalhadores de comunidades e regiões periféricas cariocas.
– O Rio é uma cidade global e turística, referência do Brasil para o mundo. E o setor da moda também contribui para esse poder de influência, além de ser um grande vetor de desenvolvimento econômico. A moda atua tanto na indústria, com a fabricação e confecção, como no comércio, espalhado em vários locais do Rio.
São Cristóvão é um polo de confecção, e a Barra da Tijuca é o principal bairro do comércio. Vale frisar que esse segmento é um importante empregador, notadamente das mulheres – disse o secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação do Rio, Chicão Bulhões.