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a influência da mãe no nosso estilo pessoal

A influência da mãe no nosso estilo pessoal

Eu já falei aqui sobre o papel da mãe como nossa primeira consultora de estilo, falando especialmente de crianças e no texto de hoje eu trouxe o exemplo de algumas clientes para você entender como é a influência da mãe no nosso estilo pessoal – e na nossa autoestima, já que a roupa que usamos pode nos fazer se ver e se sentir de forma mais positiva ou mais negativa.

Porque existe influência da mãe no nosso estilo pessoal?

Para explicar a influência da mãe no nosso estilo pessoal eu vou trazer alguns pontos que as minhas clientes mais trouxeram pra mim na consultoria de estilo desde 2014 – coisas que a gente aprende na infância e carrega a vida toda como se fosse verdade absoluta, só por que foi a nossa mãe que falou.

É importante dizer que a nossa personalidade é formada ainda na primeira infância, e que o estilo pessoal também é sobre a nossa personalidade.

estilo mãe e filha

Mas, antes de falar sobre a influência da mãe no nosso estilo pessoal, vou falar do conceito de prioridades no vestir, que eu uso na consultoria de estilo.

Prioridades no vestir

A base do meu trabalho na consultoria de estilo é descobrir qual é a prioridade de alma e a prioridade de vida da cliente, e unir essas duas coisas, transformando isso em look.

É isso que faz com que a imagem que ela vê no espelho (e a sua imagem que os outros veem) seja coerente com quem ela é e com o ambiente, dress code, clima, rotina e a mensagem que ela quer transmitir.

Prioridade de vida

A prioridade de vida é o que a vida atual demanda do nosso guarda-roupas, e ao contrário da prioridade de alma, que não muda, a prioridade de vida pode mudar em algumas situações específicas, quando a vida muda de forma considerável.

Já tive cliente que me contratou depois de ter filho, de engravidar, de casar ou divorciar, ser promovida, mudar de área de trabalho, mudar de país ou cidade, engordar muito ou emagrecer muito, fazer alguma alteração física grande (como redução de estômago, silicone, etc), e outras mudanças que vão exigir um guarda-roupas diferente.

É depois dessas mudanças que a gente olha pro guarda-roupas e pensa que não tem nada pra vestir, ou não consegue mais usar peças que funcionavam antes.

Prioridade de alma

O estilo pessoal é influenciado pela nossa personalidade, e por isso tem influência direta das pessoas que convivemos (especialmente na infância, quando ela está sendo formada) e especialmente da nossa mãe, já que é ela quem nos veste e ajuda a escolher as roupas para que a gente fique mais bonita (de acordo com os conceitos de beleza que ela tem), mais adequada (de acordo com o conceito de adequação que ela tem), e evitando ou proibindo que a gente use alguns tipos de roupa para que a gente não fique vulgar, feia ou inadequada – também de acordo com os seus conceitos.

Muitos desses conceitos vão virar os nossos conceitos também, mas como somos pessoas diferentes, assim como é comum ter irmãos com personalidades diferentes, também podemos discordar de alguns desses conceitos, já na infância e na adolescência, ou depois de adulta e independente. De qualquer forma, essa nossa essência é o que chamamos de prioridade de alma!

consultoria de estilo e autoestima

Como as compras e escolhas na hora de se vestir são automáticas, muitas vezes esse processo não é consciente, e por isso, a pessoa não sabe nem por onde começar, quando se sente infeliz. Lá no inconsciente está registrado tudo que a gente aprendeu como sendo certo e errado, bonito e feio, coisa de menina, coisa de mulher decente, o que pode e o que não pode, e tentar mudar isso pode ser difícil, doloroso e até causar culpa. E, modéstia a parte, contratar uma consultora de estilo que também seja psicóloga (no caso, eu) ajuda pra caramba! 🙂

Você pode ler mais sobre as prioridades no vestir e saber quais são elas nesse outro texto.

Corpo

A escolha que fazemos das roupas que vamos usar fala do nosso estilo, mas também fala da nossa relação com o corpo: O que escolhemos mostrar e o que vamos esconder, e quando e como vamos fazer isso. O que vamos evidenciar e o que vamos disfarçar para gostar mais do que a gente vê no espelho.

a influência da mãe no nosso estilo pessoal

Não é raro as clientes da consultoria de estilo me contarem que essas escolhas são baseadas em coisas que suas mães falaram desde a infância. Veja alguns relatos:

  • Você não pode usar shorts curto porque tem a perna grossa demais / fina demais / branca demais (uma cliente só usava vestido no frio, com meia calça, porque conseguia esconder as pernas brancas, que ela cresceu acreditando que eram feias, e algumas clientes só usam shorts dentro de casa, pra esconder pernas grossas ou com celulite)
  • Essa blusa / vestido / calça / short / saia te deixa mais gorda / não funciona pra você (e cria um monte de crenças limitantes, impedindo que a pessoa experimente coisas diferentes, como eu contei nesse texto sobre como a memória prejudica o estilo pessoal)
  • Preto emagrece, não pode usar roupa larga com larga, não pode usar roupa listrada, porque engorda, e outros mitos da moda que limitam o vestir ao corpo da pessoa

Toda mãe quer o bem dos filhos, e com certeza, ao falar qualquer uma dessas frases (e muitas outras) é pra evitar o seu sofrimento, mas além de você não necessariamente precisar ter a mesma opinião dela, nem sempre ela tem informações de moda / repertório o suficiente para te dar opções além de proibir algum tipo de roupa que ela também aprendeu ou acredita ser errado ou ruim.

Certo x Errado

O conceito de certo e errado também varia de pessoa pra pessoa, e assim como você e sua irmã ou irmão são diferentes mesmo tendo sido criados da mesma forma e com os mesmos pais, o seu conceito de certo e errado também pode ser diferente da sua mãe.

A influência da mãe no nosso estilo pessoal passa pelo conceito de certo e errado que você “herda” dela, e pode ser desde fazer mix de estampas até usar um decote mais ousado, por exemplo. E aí, de novo, é importante saber que o seu conceito de certo e errado pode ser diferente do dela, e isso não faz dela uma mãe ruim, e nem de você uma filha ruim. Vocês apenas têm personalidades, valores e estilos diferentes! 🙂

certo e errado na moda

Eu tive uma cliente que se sentia mal por usar roupas mais sensuais porque o pai dizia que ela “devia se destacar pela inteligência e não pelo corpo”. Também depois de casada, tendo um marido que gostava de ver ela vestida mais sensual, que ela me procurou pra saber como chegar a esse meio-termo, pra não se sentir culpada por trair ele e nem por trair que ela era e o que ela achava que era certo.

sexy sem ser vulgar

Eu tenho uma cliente hoje na consultoria de estilo online que só parou de usar só saia depois de casar, porque a mãe achava errado mulher usar calça por causa da criação religiosa dela.

Depois de casar ela continuou frequentando a mesma igreja (que não tem um dress code rígido como a da cliente da Assembleia de Deus, que queria aprender como usar saia jeans sem ficar com cara de crente), mas usa calça comprida quando quer porque o conceito dela de certo e errado para uma mulher cristã é diferente do conceito da mãe – e essa diferença afetou o estilo pessoal dela também!

Falei sobre essa conversa com a cliente nesse post aqui, lá no meu instagram! Me segue pra ver tudo que acontece nos atendimentos e eu compartilho lá!

Bonito x Feio

A influência da mãe no nosso estilo pessoal também faz a gente achar alguma coisa bonita ou feia, porque é muito comum a gente querer se espelhar na nossa mãe quando criança e isso continuar depois, na fase adulta (mesmo que tenha um gap na adolescência rsrs).

bonito e feio na moda

Eu perdi a minha mãe em maio de 2000, aos 19 anos e se você me acompanha nas redes sociais sabe o quanto ela é importante pra mim. Eu até fiz uma tatuagem pra ela, mas apesar de ela não ter sido muito careta, eu nem lembro o que ela dizia sobre tatuagens. Mas eu tenho certeza que mesmo que ela ache feio, vai achar o meu gesto lindo! 🙂

Também é comum as minhas clientes contarem que usou alguma roupa que achou bonita (e até estavam se sentindo seguras com o look) e nunca mais repetiram a peça depois de uma crítica ou uma olhada “diferente” dos pais. De novo aqui, a memória prejudicando o estilo pessoal.

Coisa de menina

Ainda temos muito a percorrer na questão de gênero, e a minha intenção não é entrar nisso, mas muitas pessoas ainda pensam em “coisa de menina” e “coisa de menino” na hora de comprar roupa, e esse conceito também passa, na maioria das vezes, de mãe para filho, e pode te impedir de comprar aquela camiseta linda na sessão masculina, ou usar gravata, por exemplo, como eu adoro:

look feminino com gravata

A gente conquistou o direito de usar calça comprida há muito tempo, mas de vez em quando aparece alguém dizendo que azul é coisa de menino e rosa de menina, né? Pois é! Se a gente não fica de olho, outras pessoas influenciam no nosso estilo e nos nossos valores de certo e errado também – além de retirar os nossos direitos! É preciso estar atenta e forte!

Coisa de mulher decente

Muitas mulheres têm medo ou vergonha de confessar que querem se sentir sexy ou atraente na hora de se vestir. O medo do julgamento alheio vem da infância, e do conceito do que é “coisa de mulher decente” ou não, e isso pode influenciar a forma como você se veste, se vê e influenciar a sua autoestima – como contei no caso da cliente que queria parecer sexy mas não queria decepcionar o pai, que achava errado.

Eu também falei mais sobre o medo de parecer sexy nesse outro texto.

Isso também serve para outras coisas (como tatuagens, por exemplo) e para outras pessoas! O meu ex-marido, por exemplo, achava que tatuagem não era coisa de mulher decente. E depois que eu me separei, em 2011, fiz várias outras maiores e mais aparentes, ao contrário da primeira, pequena e escondida na nuca, que eu fiz enquanto éramos noivos.

Por último mas não menos importante: Esse texto não é, de forma nenhuma, uma crítica à criação e sim uma tentativa de levar as pessoas à reflexão do que faz parte de quem elas são ou o que foi herdado e não faz mais sentido, o que pode ser mudado, o que pode estar incomodando ou fazendo elas se sentirem infelizes ou insatisfeitas.

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Priscila Citera

Apaixonada por pessoas e por moda, resolvi unir a Psicologia e 12 anos de experiência em recursos humanos com a formação em Consultoria de Estilo pela Oficina de Estilo, e desde 2014 ajudo mulheres e homens desse mundão todo a transformarem personalidade em looks e roupas em representação da personalidade, sem que eles precisem gastar muito!