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Fashion Revolution: Você deveria conhecer esse movimento

Hoje (15/04) começa a fashion revolution week 2024, um movimento que nasceu em 2014 e acontece simultaneamente em mais de 70 países pra fazer as marcas mudarem a forma como produz as roupas e os consumidores pensarem em como consome a moda.

A minha carreira como consultora de estilo também nasceu em 2014, e como entusiasta e ativista da moda justa e do consumo consciente, eu vou te explicar porque você deveria conhecer o Fashion Revolution.

O que é o Fashion Revolution?

No dia 24 de abril de 2024 vai fazer 10 anos do acidente em Bangladesh, que matou mais de 1.200 trabalhadores e feriu outros 2.500 no desabamento do edifício Rana Plaza.

Nesse edifício funcionava várias fábricas de roupas (de forma irregular), que ignoraram as rachaduras no prédio, e continuaram produzindo peças para grandes marcas do mundo todo (e usavam mão de obra baratíssima para conseguirem manter os seus preços baixos e a sua margem de lucro), até que aconteceu a maior tragédia da indústria da moda.

Você pode saber mais sobre esse assunto assistindo ao documentário “The True Cost” (o verdadeiro custo) na Netflix ou no Youtube.

Desabamento Rana Plaza - Fashion Revolution

Depois dessa tragédia da indústria da moda, Carry Somers e Orsola de Castro criaram o movimento Fashion Revolution (Revolução da Moda) para conscientizar todos os personagens e agentes da indústria têxtil (incluindo os consumidores) quanto ao verdadeiro custo de seus processos, com o primeiro Fashion Revolution Day (Dia da Revolução da Moda) no dia 24 de abril de 2014 – um ano depois do desabamento do edifício Rana Plaza.

Consultoria de estilo e a Fashion Revolution

Eu já falei sobre a relação da consultoria de estilo e a Fashion Revolution num outro texto aqui, e quem me acompanha aqui no site e lá no instagram sabe que eu sou incentivadora do consumo consciente e de comprar de empresas pequenas e locais, que a gente conhece a procedência das peças.

#quemfezminhasroupas

Uma das formas de acompanhar e participar do movimento Fashion Revolution é seguir as hashtags, e na #quemfezminhasroupas você pode marcar aquela loja que não coloca as informações na etiqueta, não mostra os seus processos produtivos ou você conhece alguma história deles com associação ao trabalho escravo (como aconteceu com a Zara) ou problemas trabalhistas (como aconteceu com a Loja Três), por exemplo.

Em 2018 eu aproveitei que estava em São Paulo para conhecer algumas marcas que eu acompanho pela internet e indico para clientes da consultoria de estilo online, como a Flávia Aranha (que vende peças tingidas naturalmente) e a Fernanda Yamamoto, que tem um design autoral maravilhoso, com peças que parecem obras de arte!!

marcas autorais - fashion revolution

A ideia é você postar uma foto mostrando a etiqueta da peça, que deveria falar sobre a procedência da peça (por lei) – mas que algumas marcas não mostram.

A loja 787 shirts, que eu citei nesse post de 2017 chegou a responder dizendo que ia me explicar tudo (como dá pra ver nos comentários), e continuo esperando até hoje! Nunca mais comprei nada lá, parei de seguir e nem indiquei mais para cliente nenhuma!

Esse tipo de movimento como o Fashion Revolution é muito importante e faz as empresas, profissionais de moda (como eu) e você, como consumidora, a pensar em um mundo mais justo para os profissionais da área e pra quem consome, já que a gente está gastando o nosso dinheiro nesses itens!

Como está a indústria têxtil em Bangladesh hoje em dia?

Bangladesh continua sendo um pólo de moda muito importante, e continua fabricando e exportando roupas para o mundo todo – inclusive para o Brasil.

É muito comum encontrar peças produzidas em Bangladesh (ou na Índia e na China, por exemplo, que também têm problemas trabalhistas na área da moda) em lojas de departamento e em marcas mais populares como a Shein – justamente porque compram peças que têm o custo mais baixo, por pagarem pouco para os seus funcionários. Entende o seu papel nessa engrenagem?

trabalho escravo na moda - fashion revolution

Hoje em dia os profissionais da indústria têxtil em Bangladesh ganham um salário maior que o salário mínimo local (com carga horária de no máximo 10h/dia) e as fábricas são vistoriadas com frequência para avaliação de estrutura e pra garantir boas condições de trabalho.

Mas, o grande problema continua sendo a seguridade social, pois não existem seguro contra acidente de trabalho, planos de saúde e seguro desemprego. Entende porque também preciso falar de política e por que é tão importante falar e participar de movimentos como o Fashion Revolution?

Vamos continuar fazendo a nossa parte!

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Priscila Citera

Apaixonada por pessoas e por moda, resolvi unir a Psicologia e 12 anos de experiência em recursos humanos com a formação em Consultoria de Estilo pela Oficina de Estilo, e desde 2014 ajudo mulheres e homens desse mundão todo a transformarem personalidade em looks e roupas em representação da personalidade, sem que eles precisem gastar muito!