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Greenwashing: Você sabe o que é?

Na semana passada eu fiz mais um curso sobre sustentabilidade na consultoria de estilo, e apesar de sempre falar sobre consumo consciente aqui e lá no instagram, eu nunca falei sobre Greenwashing.

O greenwashing não é uma exclusividade da moda, e pode ser praticado por empresas, indústrias públicas ou privadas, organizações não governamentais e até governos. Você sabe o que é e como identificar esse processo nas marcas? Eu vou te contar!

O que é Greenwashing?

Greenwashing pode ser traduzido como “lavagem verde” ou “maquiagem verde” por causa do sentido do termo, que é a prática de camuflar, mentir ou omitir informações sobre os reais impactos da empresa no meio ambiente, usando práticas desonestas de comunicação – que podem prejudicar a imagem das empresas, não apenas com os investidores, mas também com os consumidores.

O termo greenwashing surgiu no início da década de 1990, depois da publicação, em 1989, de um artigo na revista New Scientist, no qual a expressão “greenwash” foi usada pela primeira vez, numa analogia com outro termo substantivado, o “brainwashing”, que é usado para falar de lavagem cerebral.

Porque as empresas fazem greenwashing?

O Greenwashing acontece porque as pessoas estão valorizando mais as empresas que estão envolvidas com a sustentabilidade na hora da compra e preferindo apoiar marcas que estão comprometidas com o meio ambiente, e ao dizer que a empresa têm ações ou usa materiais / matéria-prima que são consideradas sustentáveis, pode conseguir benefícios fiscais e conquistar mais clientes.

Na moda (uma das indústrias mais poluentes do mundo), é comum as marcas começarem a usar materiais reciclados, tecidos biodegradáveis e cuidar do descarte de peças para serem consideradas sustentáveis.

moda sustentável

É lucro em cima de lucro, e por isso tem tantas empresas aderindo à sustentabilidade, e vários agentes de investigação e controle dessas práticas também, já que quando essas empresas perceberam que a sustentabilidade estava ‘na moda’, começaram a divulgar pequenas ações para parecer que tinham se adequado às novas regras – mas com um olhar mais atento, ficava claro que nada daquilo fazia parte da cultura da empresa.

Também pode acontecer quando o produto sustentável da marca tem uma baixa representatividade no faturamento da empresa, enquanto nenhum outro item tem o mesmo grau de responsabilidade.

Outra coisa que acontece muito (especialmente na área de moda, que é o meu foco) é as empresas grandes terceirizarem os seus processos com empresas menores, que também podem terceirizar os seus processos, e tirar a responsabilidade da empresa contratante, que pode alegar que não sabia que a empresa lá da ponta não era sustentável (ou não cumpria com os direitos trabalhistas, no caso de trabalho análogo à escravidão, por exemplo). O greenwashing funciona só como uma fachada, entende?

Como saber se a empresa é sustentável ou faz greenwashing?

Infelizmente, não tem como ser 100% sustentável ou rastrear todos os processos das marcas, mas para garantir o selo de sustentabilidade (ESG, sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança), as empresas precisam cumprir alguns requisitos e comprovar as suas ações, e geralmente essas informações são públicas, e estão divulgadas no site das empresas ou em suas redes sociais.

Uma empresa que divulga uma linha de sapatos veganos, mas não fala sobre a composição nos rótulos das embalagens, por exemplo, pode ser um caso de greenwashing. Eu já falei sobre marcas que usam tecido biodegradável aqui, e sempre falo pra ficar de olho na etiqueta!

Pra finalizar: Não dá para comparar as práticas de uma mineradora com uma varejista, por exemplo. Um escritório pequeno pode parecer mais sustentável só substituindo o copo plástico descartável do refeitório por copos individuais para cada funcionário, enquanto que a Renner precisa ter mais ações e investir mais grana para ser considerada sustentável.

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