A CNN Brasil comentou na semana passada o Índice Zara 2023, que é uma análise criada e realizada pelo BTG Pactual e inspirada no Índice Big Mac do Enonomist (jornal britânico) para comparar preços e custos de vida em diferentes países, tendo como base um produto que é distribuído globalmente.
O Índice Big Mac é uma análise comparativa entre o valor do Big Mac ao redor do mundo, e mostra o custo de vida nesses países, assim como o Índice Zara, e mostra a diferença entre os preços dos produtos da Zara em relação aos outros países, como indica quanto eles pesam no custo de vida do brasileiro.
O que é o Índice Zara?
O Índice Zara foi criado nos mesmos moldes do Índice Big Mac (também existe o índice “iPhone” e “Playstation”) porque a Zara está presente em mais de 50 países e, dá pra fazer esse comparativo e saber o poder de compra em diferentes países.
Na lista analisada pelo banco BTG Pactual, percebeu-se que o Brasil é um dos países mais caros para comprar na Zara: Em uma lista de 55 países país encontra-se na 11a posição quando falamos de preços em relação aos Estados Unidos (e não à Zara da Espanha, que é a matriz, que são mais baixos), mas em oitava pior posição quando nos referimos ao custo que esses preços representam no bolso de cada um.
Usando essa calça jeans Wide Leg (mesma referência) como exemplo:
Convertendo para o euro, a calça do Brasil custaria cerca de 53 euros, enquanto um brasileiro pagaria R$153 por ela lá.
Com o “Índice Zara” é possível ter uma amostra da competitividade e do custo-Brasil no universo do varejo, destacando a necessidade de medidas que visem a redução dos custos operacionais e a promoção de preços mais acessíveis para os consumidores.
Segundo Luiz Guanais, analista de varejo do BTG Pactual e um dos responsáveis pela pesquisa, o Brasil se destaca por apresentar preços mais elevados em relação aos demais países analisados. Em 2022, o preço médio das roupas da Zara vendidas no Brasil era 1% mais caro do que nos Estados Unidos, quando convertido para dólares.
É uma posição bem distante, inclusive, de vizinhos latinos como México — onde comprar roupas da Zara é 6% mais barato que nos EUA —, Peru (-13%), Chile (-20%) ou Colômbia, onde os preços da marca custam, em média, 26% menos que nos Estados Unidos, país e moeda usados como referência no índice do BTG.
Muitas coisas impactam no preço das coisas além dos impostos, que é o que muita gente pensa. Temos que lembrar que a maioria dos produtos saem do outro lado do mundo e que existe todo um trabalho e custos gerados pela logística, importação etc. Por isso, quando o produto é muitoooooo barato, como os da Shein, a gente precisa perceber que deve ter alguma coisa errada.
Entre os países onde as roupas da Zara estão mais baratas, a matriz, Espanha, é o quarto endereço da lista. Portugal ocupa a 3ª posição e a Grécia é a mais barata do ranking / índice Zara.
A Zara é uma loja de departamento
Desde antes de ser consultora de estilo, eu já via pessoas falando sobre a Zara como se fosse uma grife, e não uma loja de departamento fast fashion como a Renner e a C&A, por exemplo.
Por ser uma marca internacional e que facilitou o acesso às tendências mundiais, a marca acabou ganhando um status que justificasse esses preços mais altos do que as outras lojas de departamento, e até facilitar que as pessoas achem que as roupas de lá são melhores por serem mais caras.
Na minha experiência como consultora de estilo desde 2014, posso afirmar que existem muitas coisas boas a preço baixo, e muitas coisas ruins que são caras. Na Zara não é diferente, só é preciso saber avaliar bem antes de comprar, e é o que eu faço no serviço de personal shopper, como fiz com esse cliente abaixo e mostrei lá no instagram.
Nesse texto aqui eu ensino como comprar como uma consultora de estilo. Se precisar de ajuda, me chama!
