Eu não sou mãe, mas desde 2014 eu já atendi várias clientes na consultoria de estilo com a mesma questão: O estilo muda depois de ser mãe? Como se vestir depois da maternidade?
A resposta para essas perguntas são conflitantes, porque o estilo muda depois de ser mãe sim, mas não precisa mudar, porque mãe é uma mulher que tem filhos. E é isso que vou explicar nesse texto.
Por que o estilo muda depois de ser mãe?
O estilo muda depois de ser mãe porque toda grande mudança na nossa vida traz demandas diferentes no nosso guarda-roupas: Mudar de emprego ou de cidade, ser promovida, engordar muito, emagrecer muito, fazer alguma cirurgia plástica que vai mudar radicalmente o corpo (como uma bariátrica ou colocar silicone, por exemplo), casar, separar, engravidar e ter filhos, entre outras coisas.
Além disso, tem toda uma questão social sobre “ser mãe”. A minha geração via as mulheres mais velhas e as mães com “roupas de mãe” – que geralmente era alguma coisa confortável e zero sensual, moderno ou interessante, como se a partir daquele momento ela fosse apenas mãe, e deixasse de ser uma mulher.
As mulheres agora não são mais uma coisa só, e não devem parecer ser só mãe na maneira de se vestir. Se a mulher vai continuar trabalhando e tendo vida social (mesmo que numa frequência menor ou indo em lugares diferentes), esse guarda-roupas vai ser adaptado para esse novo corpo e rotina, mas levando em consideração o que essa mãe gosta – o seu estilo antes de ser mãe, entende?
Faça substituições sutis
Se o seu estilo muda depois de ser mãe, a dica inicial aqui é tentar manter a sua essência, usar coisas que você gosta e que te representam – mesmo que precise fazer alguma alteração, por causa da rotina.
1- Salto alto
Um exemplo muito comum do que muda no estilo na maternidade é o salto alto.
Muitas mulheres AMAM usar salto alto, e depois de ter filho recorrem aos sapatos baixos (que dão mais equilíbrio e segurança ao andar com um bebê no colo ou correr atrás das crianças, por exemplo), mas um salto anabela ou um salto bloco podem ser boas opções de substituição para não impactar muito na imagem que essa mulher vai ver no espelho.
É claro que a rotina da Victoria Beckham é diferente da maioria das mães, mas dá pra adaptar para a realidade de cada mulher, de acordo com o estilo de cada uma.
2- Acessórios
Se você gosta de acessórios, vale a pena continuar usando também, porque eles têm o poder de deixar qualquer look mais interessante, e você vai se sentir mais arrumadinha com eles. Uma boa opção para incluir acessório sem risco de a criança arrebentar ou se machucar são os acessórios da Goodi, que foram pensados especialmente na maternidade: tem colares mordedores e de amamentação com design, cor, e são macios e funcionais!
Nessa foto tem uma amiga querida com filho dela brincando com o colar da Goodi que eu dei pra ela:
No ano passado eu ajudei a Ana (a dona da marca) a desenvolver uma coleção com peças para cada estação, para as mulheres comprarem colares dentro da sua cartela de coloração pessoal! E tem cupom de desconto lá pra quem é minha cliente e seguidora: Cupom vestindoautoestima dá 5% de desconto!!
3- Legging
O estilo muda depois de ser mãe porque a rotina muda, e por isso também é muito comum as mulheres passarem a optar por fórmulas prontas e roupas fáceis de vestir e combinar, pra não perder muito tempo na hora de se vestir.
Então, se for pra usar legging e camiseta por um período, vale a pena investir em leggings com texturas interessantes (como o couro, por exemplo) e em cores neutras coloridas pra sair do preto, além de camisetas que te representem de alguma forma – podem ser coloridas, com frases ou estampas engraçadinhas ou das bandas que você gosta, por exemplo.
Outra ideia é você fazer um armário cápsula pós gravidez. Separar algumas peças que combinem entre si com facilidade, como se fosse uma grande mala de viagem, pra diminuir o tempo que você vai gastar se vestindo. Eu posso te ajudar nisso, caso precise de ajuda! Me manda um email e vamos falar!
Como lidar com a culpa por querer se sentir bonita depois de ser mãe?
A culpa aparece MUITO no processo de consultoria de estilo, porque a moda sempre foi vista como fútil, e se para uma mulher sem filhos já é um processo delicado confessar que gosta de se vestir bem, imagina para uma mãe?
Sem falar do turbilhão emocional e da exaustão, que vão fazer a mulher pensar que se cuidar (ir ao salão fazer o cabelo ou as unhas, por exemplo) ou se vestir de forma mais elaborada é realmente um tempo precioso que vai ser desperdiçado – e que poderia ser usado com coisas “mais importantes” como cuidar do filho ou descansando.
Nessa imagem, duas clientes (as duas chamadas Renata, por coincidência) em momentos diferentes da consultoria de estilo, se dividindo entre cuidar delas e cuidar dos filhos: Na foto da esquerda, a Renata tirando foto na etapa de montagem de looks online, e na foto da direita, a outra Renata amamentando no provador na etapa de compras (personal shopping) comigo.
É muito comum as minhas clientes dizerem que não compram mais nada pra elas depois que o bebê nasce (independente de a mulher ter pouco ou muito dinheiro), porque aqui a questão é a culpa, que é uma herança das gerações passadas e da sociedade machista que a gente vive.
Além disso, é importante lembrar que a forma como nos vestimos está intimamente ligada a autoestima, ou seja, com as questões de autocuidado, confiança do corpo pós-parto e os sentimentos de valor próprio, e isso vai ficar completamente bagunçado nos primeiros meses (ou anos) da maternidade. Então, é super normal não sentir vontade de se arrumar como antes, e tá tudo bem!
Cuidar da gente faz bem para nossa saúde física e emocional e consequentemente, reflete nas pessoas que amamos! Sabe a analogia da máscara do avião? Primeiro você coloca a sua e depois na pessoa ao lado (mesmo sendo o seu filho!), porque você só consegue ajudar alguém se estiver bem.
“Ao contrário do que algumas pessoas pensam, maternidade não é sinônimo de se anular para viver em função do bebê. Mães felizes contribuem para o desenvolvimento de filhos felizes. Não adianta querer passar para o seu bebê que você está bem só porque sorri na presença dele, mas chora ao virar de costas. Bebês captam e sentem tudo! Eles são verdadeiras esponjas emocionais” – Psicóloga Aline Lemos.
Esse estudo aqui, de 2017, fala sobre a relação da autoestima da mãe grávida reflete na relação com o bebê, e vale a pena ler também.
Eu usei o exemplo da Renata que eu atendi na consultoria de estilo presencial aqui no RJ na etapa de compras no dia da mulher falando exatamente sobre isso lá no meu instagram:
Pra finalizar, queria dizer que esse texto não é sobre você ter que continuar sendo estilosa depois de ser mãe, e sim pra fazer você perceber que não está sozinha achando que só o seu estilo mudou depois de ser mãe. Existem meios de você chegar num meio termo que seja saudável pra você: Nem gastar muito tempo se arrumando, e nem se sentir abandonada por você mesma / sem se reconhecer. Se precisar de ajuda, me fala!
