Eu sempre falo com as minhas clientes da consultoria de estilo que entender sobre os tipos de tecido faz muita diferença, tanto na hora de comprar a roupa quanto no caimento que ela vai ter no seu corpo, e o seu conforto, ou seja, tudo que vai interferir diretamente na sua imagem pessoal.
Eu acho esse assunto tão importante que lá no instagram tem uma guia só pra falar sobre tecidos, e aqui no blog também. Se você fizer uma busca vai encontrar outros textos sobre os tipos de tecido aqui, e eu também vou deixar outros links ao longo desse texto também, pra complementar a leitura.
Mas, antes de falar dos tipos de tecido, eu preciso explicar a diferença entre tecido e fibras têxteis.
Tecidos x fibras têxteis
Quando a gente olha a etiqueta interna das roupas pra ver a composição do tecido, o que a gente vê é quais fibras têxteis foram usadas para fazer aquele tecido, que pode receber o nome da fibra (como o jeans, que é um tecido feito das fibras têxteis do algodão, que é uma fibra natural) ou um nome fantasia, como o crepe, por exemplo, que tem esse nome por causa da palavra “crespo” em francês, por causa do toque granuladinho que esse tecido tem.
Essa imagem mostra o processo de produção que vai transformar o modal (que é uma fibra artificial com origem celulósica) em um tecido, e dá pra ver que fibra e tecido são coisas diferentes!
Então, o que você precisa realmente saber sobre os tipos de tecido é a composição dele, que é o que a legislação diz que tem que estar na etiqueta da peça, tá? A marca pode colocar o nome fantasia que ela quiser, que é indiferente. Você só precisa entender que benefícios aquela composição vai te oferecer, pra saber se é uma boa compra ou não.
Na foto abaixo, durante a etapa de compras com uma cliente da consultoria de imagem / consultoria de estilo e mostrando as informações na etiqueta pra falar sobre os melhores tipos de tecido pra ela.
É as fibras têxteis que foram usadas para fazer o tecido que vai definir se o tecido tem qualidade ou não, se justifica o preço cobrado, se vai te proteger do frio ou evitar que você passe calor, se vai amarrotar muito, etc.
Na foto acima, a peça é de 100% poliéster, que não é nenhum vilão. Para quem não gosta de passar roupa ou precisa de uma peça mais quentinha, por exemplo, é uma boa opção. Eu falei sobre quando usar o poliéster nesse texto aqui!
Tipos de tecidos (fibras têxteis)
Existem vários tipos de tecidos e nomes diferentes, mas vamos falar sobre os três tipos de fibras têxteis que são usadas na fabricação de tecidos: as fibras naturais, as fibras sintéticas e as fibras artificiais – que é o que você vai ver na etiqueta de composição das roupas.
Cada uma dessas fibras é mais adequada para fabricar certos tipos de roupa, de acordo com o objetivo de uso de cada uma. E elas podem ser, inclusive, misturadas para criar tipos de tecido com um resultado final diferente, como é o caso do viscolinho (nome fantasia do tecido que é a mistura da viscose com o linho). Essa mistura serve para deixar a peça mais barata e menos amarrotada (já que o linho puro é caro e amarrota muito).
No caso do viscolinho, você vai encontrar na etiqueta de composição o percentual de viscose e o percentual de linho que o tecido tem. O nome viscolinho não aparece na etiqueta, assim como o jeans, o tricô e o crepe, que também são nomes comerciais dos tecidos.
Agora eu vou falar dos tipos de fibras têxteis pra você conhecer as suas vantagens e desvantagens e ver a diferença entre cada uma delas:
1- Fibras naturais
As fibras naturais são de origem vegetal (como o linho, algodão e o cânhamo) ou animal, como a seda e a lã, por exemplo.
Vantagens:
- têm boa resistência e durabilidade;
- o toque é agradável;
- deixam a pele respirar melhor e absorvem melhor a transpiração;
Desvantagens:
- são peças mais delicadas, que exigem mais cuidados na hora de lavar e passar.
- podem desbotar ou encolher na lavagem;
- quanto mais percentual de fibra natural tiver, mais caro o tecido pode ser.
As fibras naturais também não esticam como as fibras sintéticas, a não ser que tenha elastano na composição (também sinalizado na etiqueta).
2- Fibras sintéticas
As fibras sintéticas são produzidas a partir de produtos da indústria petroquímica, ou seja, à base de petróleo, como o poliéster, a poliamida, o acrílico, o polipropileno e o poliuretano (PU), por exemplo.
Vantagens:
- são fibras mais resistentes;
- não desbotam com facilidade;
- secam muito mais rápido;
- conserva o calor do corpo (são indicadas para as roupas de inverno);
- quase não amarrotam.
Desvantagens:
- Quanto mais fibras sintéticas tiver na peça, mais ela tende a esquentar, não sendo indicadas para as roupas de calor;
- não absorvem o suor (você deve evitar usar peças de fibras sintéticas em dias quentes ou em atividade física).
- as peças podem ficar com cheiro de suor;
- demanda cuidados na hora de passar (facilidade de queimar ou derreter)
3- Fibras artificiais
As fibras artificiais são fabricadas usando matéria-prima natural, como a celulose, para se parecerem com as fibras naturais. A diferença é que elas passam por vários processos químicos antes de serem usadas. As mais comuns são a viscose, o acetato, o modal e o liocel.
Vantagens:
- são boas para estampas e tingimento;
- tem um bom caimento no corpo;
- conservam mais o calor do corpo do que as fibras naturais;
- secam rápido;
- amassam muito pouco.
Desvantagens:
- não absorvem o suor como as fibras naturais;
- pode deixar o mau cheiro de suor nas peças;
- não são tão frescas quanto as fibras naturais (nem tão quentes quanto as fibras sintéticas);
- têm facilidade de queimar na hora de passar.
Cada tipo de tecido pode ser produzido por uma fibra diferente, além de também poder ser feito da mistura de fibras diferentes. Também temos variações da mesma fibra, podendo o algodão ser orgânico ou pima, e ter a gramatura e aparência de uma calça jeans ou de uma camiseta de malha, por exemplo. Mas, o mais importante que você deveria saber sobre os tipos de tecido está aqui!