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ABNT tenta padronizar os tamanhos de roupas femininas

ABNT tenta padronizar os tamanhos de roupas femininas

Já falei algumas vezes lá no instagram o quanto acho errado as marcas venderem peças “tamanho único” e dos problemas que a numeração errada causa na nossa autoestima, e a notícia que diz que a ABNT tenta padronizar os tamanhos de roupas femininas me deixou otimista.

Não é a primeira vez que a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) trabalha pela aprovação da norma NBR 16933, que visa padronizar os tamanhos de roupas femininas no país, muito pelo contrário.  Essa briga já é antiga, e a última norma relativa à questão foi aprovada em 1995 e deixou de valer em 2012, por ter as medidas bastante simplificadas, e ter essa padronização se torna cada vez mais necessária, e eu vou explicar porque.

A variação na numeração e a autoestima feminina

Com certeza você já entrou numa loja diferente e pediu para experimentar alguma peça do número que você está acostumada a vestir e se surpreendeu ao ver que a peça não coube – ficando muito maior ou muito menor do que você imaginava, causando desconforto e vergonha.

Muitas das minhas clientes já relataram esse problema pra mim, e várias delas já compraram peças em tamanhos errados (e depois essas peças ficaram paradas no guarda-roupas ou foram usadas quase que deformando o corpo delas) por vergonha de pedir à vendedora por um tamanho maior ou menor do que a peça que experimentou.

Uma vez, na etapa de compras com uma cliente da consultoria de estilo aqui no Rio (personal shopping), a cliente comprou blusas P, M e G na mesma loja!!! E isso não deveria acontecer, tanto porque dificulta o processo de compras, quanto por causa do resultado disso na autoestima feminina.

Apesar de a etiqueta da roupa ficar do lado de dentro da peça e só a gente saber o que está escrito ali, muitas pessoas deixam de comprar uma roupa de tamanho maior ou menor do que elas estão acostumadas porque está fora do que elas acham que deveria ser o ideal.

Para a padronização da numeração, o comitê brasileiro de têxteis usou a pesquisa “Size BR” do Senai CETIQT como base principal, que espera que as clientes comprem as roupas pelas suas medidas em centímetros e não pela numeração, mas ressalta, no entanto, que mesmo com a padronização, as confecções vão ter liberdade para adotar ou não a tabela de medidas.

Eu já mostrei lá no instagram o post de uma influenciadora plus size que falou sobre o assunto e mostrou a diferença entre duas peças que ela tem, com tamanhos bem diferentes – o que não aconteceria se as roupas fossem vendidas pelas medidas!

Se ela, com o mesmo corpo, veste roupas tamanho 50 numa loja e número 60 em outra, tem alguma coisa muito errada aqui, e o que acontece é que as mulheres em geral acabam achando que o problema está no corpo delas, que não cabe numa roupa 50 que ela sempre usou, ou acham que engordaram por caber numa peça 60 (mesmo que elas comparem em casa e vejam que as duas peças são do mesmo tamanho).

Eu também já falei lá no instagram que eu tenho um shorts comprado na sessão infantil e falei sobre ter comprado por ele ser bonito, barato e ter vestido bem o meu corpo, independente do que fala na etiqueta – e essa deveria ser a nossa preocupação ao comprar uma peça. Mas, num mundo cheio de padrões e exigências estéticas, não é isso que acontece.

E eu não vou ser hipócrita de dizer que isso nunca me incomodou. Hoje isso não é mais um problema pra mim, mas já foi – especialmente na adolescência e começo da vida adulta, quando eu não conseguia comprar peças mais sensuais ou roupas de trabalho interessantes porque não tinham essas opções na sessão infantil, que era o que cabia em mim.

O problema das peças “tamanho único”:

Se nem as peças com a numeração especificada na etiqueta funciona pra todo mundo que usa esse tamanho, porque não é um tamanho padronizado, porque acham que uma peça pode servir em todo mundo?

Nesse post aqui embaixo eu falei sobre isso lá no instagram, aproveitando o post de uma marca que eu adoro, e criou uma “solução” para o tamanho único deles.

Eu, por exemplo, que visto roupas tamanho PP e 34 nunca consegui comprar uma peça que fosse tamanho único, justamente porque essas peças são pensadas num tamanho médio da população (ou pelo menos deveria, pra fazer algum sentido), e eu estou bem longe desse tamanho médio.

Assim como o tamanho único fica enorme em quem é pequena como eu e a maioria das minhas clientes, fica pequeno em todo mundo que veste tamanhos maiores / plus size, ficando então o tamanho único unicamente para quem está dentro dos padrões, ou seja, quem veste 38 / M.

O tamanho midsize

Há pouco tempo atrás o termo midsize chegou ao Brasil e eu falei sobre isso nesse texto aqui. O tamanho midsize já é comum nos EUA e é um tamanho intermediário entre a numeração “padrão”, que costuma ir até o tamanho 42 / 44 e o plus size, que começa a partir do 52 ou 56.

O uso do termo midsize veio para amenizar o impacto negativo na autoestima de algumas mulheres que não se sentiam bem de estarem usando peças plus size, e isso também favoreceu o surgimento de marcas especializadas, já que são tamanhos mais difíceis de encontrar em lojas padrão.

No texto eu falo mais sobre esse problema e indico perfis de mulheres midsize pra você seguir!

ABNT tenta padronizar os tamanhos de roupas femininas

No começo do texto eu falei que não é de hoje que a ABNT tenta padronizar os tamanhos de roupas femininas, e a expectativa é que a norma NBR 16933 entre em vigor ainda esse ano.

Eu estou torcendo para que isso realmente aconteça, e vou contar aqui e lá no instagram o que vai mudar na nossa experiência de compras quando isso acontecer!

 

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Priscila Citera

Apaixonada por pessoas e por moda, resolvi unir a Psicologia e 12 anos de experiência em recursos humanos com a formação em Consultoria de Estilo pela Oficina de Estilo, e desde 2014 ajudo mulheres e homens desse mundão todo a transformarem personalidade em looks e roupas em representação da personalidade, sem que eles precisem gastar muito!