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Quais as diferenças entre alta costura e pret-à-porter?

Essa semana está rolando a semana de alta costura de Paris (Haute Couture Week), e eu estou acompanhando e compartilhando alguns pontos lá no instagram, mas resolvi trazer esse assunto pra cá porque atualmente tenho duas clientes da consultoria de estilo online que têm o mesmo desejo: terem roupas feitas sob medida. Então, falei com elas sobre as diferenças entre alta costura e pret-à-porter e vou explicar pra vocês também.

Quais as diferenças entre alta costura e pret-à-porter?

Se eu tivesse que resumir rapidinho, como num reels de 15 segundos quais as diferenças entre alta costura e pret-à-porter, eu falaria que a maior diferença é que na Alta Costura as roupas são feitas sob medida enquanto no prêt-à-porter (que significa “pronto para vestir” / “ready to wear”) as peças já são vendidas “prontas”, em medidas padronizadas pela marca.

Além disso, para ser considerada alta costura a marca precisa apresentar um trabalho com peças únicas, feitas à mão com materiais nobres. Sua finalidade principal não é o lucro, mas sim garantir a excelência francesa na moda. Já o prêt-à-porter tem uma finalidade mais comercial, a produção é mais rápida porque as roupas são mais “industrializadas”.

Agora vou falar com mais detalhes sobre cada uma delas:

Alta costura

Como o próprio nome sugere, a alta costura está vinculada à peças de luxo, quase uma obra de arte. São peças feitas sob encomenda e sob medida especialmente para quem vai usar, e não é qualquer marca que pode dizer que faz peças de ‘Alta Costura’.

Para receber o selo de “Alta Costura”, a marca precisa cumprir alguns critérios ( que eu listei abaixo). Além disso, a apelação dura apenas um ano, e depois disso as ‘maisons’ precisam fazer um novo pedido para renovar o selo e continuar sendo considerada Alta Costura. 

Esses critérios são avaliados pela chamada Federação de Alta Costura e da Moda (antiga Chambre Syndicale de la Haute Couture) que existe em Paris desde 1868, e inclui:

  • As roupas devem ser feita nos ateliês da marca (que devem ter pelo menos 2 ateliês)
  • As coleções devem ser apresentadas em um desfile, duas vezes por ano (primavera/verão e outono/inverno), com pelo menos 50 novas peças em cada coleção.
  • Todas as peças devem ser feitas a mão
  • As peças precisam ser provadas no corpo da cliente pelo menos três vezes
  • O desfile deve ter pelo menos 3 manequins
  • A oficina da marca deve ter pelo menos 12 pessoas trabalhando
  • A marca precisa ter um showroom, que é o lugar onde a roupa pode ser vista por clientes e pela imprensa, localizado no Triangle D’or, região que compreende as vias George V, Champs-Elysées e Montaigne, em Paris. Além disso, a maison não pode ser alugada, ou seja, tem que pertencer a marca e precisa ter no mínimo cinco andares, sendo o térreo uma loja, o primeiro piso um ateliê, um andar em que os desfiles possam ser realizados e o showroom.
Atelier alta costura Dior

Além disso, cada casa de costura que queira postular para ser oficialmente uma ‘maison de haute couture’ precisa ser ‘apadrinhado’ por algum membro que já esteja lá dentro, como Dior, Chanel e Valentino, por exemplo.

Além das regras, alguns costumes acabam virando tradição da Alta Costura, como encerrar os desfiles com um vestido de noiva e a apresentação de peças masculinas mescladas com as coleções femininas.

A França é o único país que pode usar o termo Haute Couture para designar suas criações, pois é uma nomenclatura protegida por lei. Mas é possível representar a FHCM em seu país: na Itália a Alta Costura é correspondente a Alta Moda, e na Inglaterra e nos Estados Unidos ela é nomeada High Fashion.

O público da alta costura é bem restrito por causa do preço das peças e da pouca quantidade de marcas. São rainhas, princesas, aristocratas e socialites em geral, que fazem questão de peças exclusivas. Celebridades também são vistas usando criações nos tapetes vermelhos e festas luxuosas de Hollywood, mas os vestidos costumam ser emprestados e o empréstimo é feito como forma de publicidade para a marca.

Pret-à-porter

Como eu falei, nem toda marca de luxo é considerada alta costura, mas em geral, toda marca que é considerada assim tem coleção de alta costura e pret-à-porter.

Ao contrário da alta costura, o pret-à-porter significa “pronto-para-vestir”, ou seja, é vendido pronto, e não é feito sob-medida.

Como tem tamanhos padronizados, o pret-à-porter consegue fazer uma produção em massa (mas ainda assim com uma alta qualidade) – e as roupas estão nas vitrines de lojas que a gente vê ao andar pelas ruas.

 

Apesar de também ter desfiles dessas coleções pret-à-porter, elas são obviamente menos dispendiosas e exclusivas do que as peças apresentadas nas coleções de alta costura, e as peças são (na maioria das vezes) menos extravagantes do que as coleções de alta costura. É no prêt-à-porter que a maioria das tendências são lançadas, e são peças feitas para usar no dia-a-dia de pessoas “normais” (mas ainda assim, com alguma grana, óbvio!).

Esses desfiles acontecem nas maiores capitais da moda sendo as de Nova York, Londres, Milão e Paris as mais importantes. Elas acontecem nessa ordem após a semana de haute couture ter chegado ao fim. Eu já falei sobre as semanas de moda nesse texto aqui.

O pret-à-porter também difere no preço porque é feito com materiais menos nobres e mais baratos e as peças podem ser produzidas em outros países com mão de obra mais barata, como a China, por exemplo.

O primeiro costureiro-estilista da história foi Yves Saint Laurent, que também foi o primeiro costureiro a ter uma marca de peças prontas sob o seu nome, com uma loja bem pertinho do Triangle D’or (onde ficam as marcas de Alta Costura), depois de ter trabalhado em algumas marcas de alta costura.

Eu sempre estou falando sobre a história da moda por aqui, e espero que tenha conseguido te fazer entender um pouco sobre alta costura e pret-à-porter. Eu pretendo aprofundar um pouco mais nesses assuntos em outros textos aqui no blog e posts lá no Instagram. Me segue lá pra acompanhar!

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Priscila Citera

Apaixonada por pessoas e por moda, resolvi unir a Psicologia e 12 anos de experiência em recursos humanos com a formação em Consultoria de Estilo pela Oficina de Estilo, e desde 2014 ajudo mulheres e homens desse mundão todo a transformarem personalidade em looks e roupas em representação da personalidade, sem que eles precisem gastar muito!