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o consumo consciente e política

Consumo consciente e política

Estamos em época de eleição, e como amanhã (15 de Outubro) é o dia do consumo consciente, eu resolvi unir os dois assuntos, que já estão muito mais ligados do que você pode imaginar.

Quem acompanha o meu trabalho na internet, seja aqui no site ou lá no instagram sabe que eu sou super entusiasta do consumo consciente, sempre levo minhas clientes para conhecerem e comprarem em brechó na etapa de compras e compartilho o máximo de informações possíveis sobre o assunto.

Vem ver como consumo consciente e política estão relacionados, e qual é o nosso papel nisso – incluindo o que a gente pode fazer!

Consumo consciente e política

O dia do consumo consciente foi estabelecido em 2009, e nesse dia a ideia é entender como a gente pode mudar a forma como compramos, consumimos e descartamos as coisas (eu falo especialmente de roupas, mas consumo consciente engloba tudo que a gente consome) para a preservação do nosso planeta.

O consumo consciente é uma questão individual que impacta o coletivo, e por isso é um assunto coletivo. Isso significa que a gente tem que fazer a nossa parte e ajudar a educar outras pessoas para que elas também façam a parte delas, por que fazer a nossa parte é importante e é MUITA COISA, mas não é suficiente.

Como consumo consciente e política estão relacionados?

Por ser uma questão coletiva e global, consumo consciente e política estão muito ligados. É o governo que tem a responsabilidade de administrar e supervisionar como as coisas são produzidas, vendidas, consumidas e descartadas.

Quem me segue e acompanha o meu trabalho também sabe que eu sou engajada nas questões políticas e sempre me posiciono politicamente, e já falei aqui que moda também é sobre política, e se você ainda não leu esse texto, abre numa outra aba pra complementar essa leitura!

Eu vou mostrar a seguir 4 coisas que ligam consumo consciente e política e talvez você nunca tenha pensado:

1- Quem faz as suas roupas?

Todo ano desde que me tornei consultora de estilo (2014) eu participo e falo sobre a fashion revolution week, que é um movimento mundial que acontece desde o acidente em Bangladesh que matou milhares de trabalhadores da moda em condições precárias, para a gente falar sobre a necessidade de essas pessoas terem os seus direitos trabalhistas garantidos e que tenha regulamentação e supervisão da forma de produção das roupas.

Perguntar quem faz as suas roupas é uma forma de valorizar o trabalho das costureiras e outros milhões de profissionais da indústria da moda.

2- De onde vem as suas roupas?

Como eu trabalho com moda, já sei quais são os países que mais produzem roupa e como cada país lida com as questões trabalhistas, sociais e ambientais que envolvem a moda.

Exemplo: Apesar desse acidente em Bangladesh e desse movimento mundial que faz os olhos se voltarem pra lá, as condições de trabalho e a forma como é feito o descarte têxtil lá não são os ideais (apesar de já terem melhorado!).

A foto acima mostra o desabamento dedifício Rana Plaza, onde aconteceu o acidente em 2013, matando mais de 1.200 trabalhadores e ferindo outras 2.500 pessoas.

Você sabe como o governo lida com as questões ambientais no Brasil? Como é feita e supervisionada a extração de petróleo, o plantio de algodão, bambu e outras fibras naturais que vão virar tecido, como é o uso de agrotóxico?

Eu falei sobre a relação da moda e o agronegócio nesse texto aqui.

3- Pra onde vai a sua roupa?

Como eu falei lá em cima, o consumo consciente não acaba na compra, e pensar pra onde vai a sua roupa também faz parte desse movimento, que tem a nossa parte, como consumidor, e a parte governamental.

É o governo que administra, regula e supervisiona quem cuida (ou deveria cuidar) da limpeza de oceanos (que também recebe muito lixo e microplásticos das roupas de praia), de como é feito o descarte das roupas e dos resíduos têxteis e da reciclagem dos resíduos da indústria da moda – que é a segunda mais poluente do mundo.

Eu falei sobre onde comprar biquíni biodegradável (que não solta microplásticos nos oceanos e cachoeiras) nesse texto aqui. Se você gosta de carnaval, dá uma lida sobre glitter biodegradável nesse texto aqui também!

4- O que o meu candidato pensa sobre essas questões?

Por último mas não menos importante (muito pelo contrário!), você precisa saber o que o seu candidato pensa sobre essas questões, e se ele tem alguma solução para esses problemas no seu plano de governo.

Como eu falei nos outros 3 itens anteriores, consumo e política estão ligados desde a matéria-prima até o descarte, e por isso votar certo é tão importante. Pra ajudar, eu trouxe aqui algumas informações sobre o que Lula e Bolsonaro fizeram pela indústria da moda:

  • A indústria da moda emprega mais de 1 milhão e meio de trabalhadores diretamente e mais de 8 milhões de pessoas de forma direta (de acordo com os dados de 2020 da Associação Brasileira da Indústria Têxtil), sendo 75% mulheres! Ter mão de obra barata e análoga do trabalho escravo dá lucro para essas empresas e tira a dignidade e os direitos dos trabalhadores.
  • Em 1995, no governo do Fernando Henrique Cardoso, o Ministério do Trabalho começou a fiscalizar essas empresas, mas foi só no governo do Lula que a fiscalização aumentou e ficou mais efetiva.
  • Durante o governo do FHC, mais de 5 mil pessoas foram resgatadas do trabalho análogo ao trabalho escravo, enquanto durante o governo do Lula quase 33 mil pessoas foram resgatadas do trabalho escravo (6x mais, no mesmo período de governo).
  • Lula também lançou o segundo plano nacional de erradicação do trabalho escravo, com estratégia para resgatar pessoas desse cenário e reinserir essas pessoas no mercado de trabalho.
  • Bolsonaro, em 2019, disse que a fiscalização trabalhista era exagerada e além de tirar a autonomia do órgão, reduziu pela metade a verba para manter a fiscalização em 2021.
  • Esse ano, Bolsonaro não assinou a carta de compromisso contra a escravidão, e Lula assinou.

Meu voto é sempre contra o Bolsonaro, e dessa vez não vai ser diferente!

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Priscila Citera

Apaixonada por pessoas e por moda, resolvi unir a Psicologia e 12 anos de experiência em recursos humanos com a formação em Consultoria de Estilo pela Oficina de Estilo, e desde 2014 ajudo mulheres e homens desse mundão todo a transformarem personalidade em looks e roupas em representação da personalidade, sem que eles precisem gastar muito!